quarta-feira, 29 de junho de 2011

JOÃO SILVA O MAIOR COMPOSITOR DO BRASIL

 JOÃO SILVA O MAIOR COMPOSITOR DO BRASIL, O MAIOR FORROZEIRO DE TODOS OS TEMPOS , DETENTOR DE LETRAS E MÚSICAS IMPORTANTES .
 
DESCONHECIDO PELA MAIORIA DOS BRASILEIROS.
UMA INJUSTIÇA. 
 JOÃO SILVA ALANVANCOU OS MAIORES CANOTORES DO NORDESTE. .  
 
 O REI LUIZ GONZAGA, ELBA RAMLHO , O TRIO NORDESTINO E MAIS DE UMA CENTENA DE OUTROS POR ESTE BRASIL AFORA
ESTUDE JOÃO SILVA E VEJA A SUA IMPORTANCIA PARA A CULTURA  BRASILEIRA.
DO AMIGO
 IDERVAL REGINALDO TENÓRIO
 ACESSEM
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João Silva é o maior parceiro vivo de Luiz Gonzaga e Severino Januário (irmão do Rei do Baião). No repertório de seu mais novo trabalho constam fonogramas de músicas de sua autoria e interpretadas por ele e pelo Rei do Baião, além do acompanhamento de Severino, um dos maiores instrumentistas brasileiros de sanfona de oito baixos. Também foram gravadas canções inéditas que João Silva compôs para Luiz Gonzaga.

O CD foi patrocinado pelo Governo do Estado de Pernambuco, através do Funcultura. O projeto “João Silva Canta. Mais Gonzaga”, trata da gravação, mixagem e prensagem de CD com 12 faixas de autoria de João Silva e parceiros. João Silva é o homenageado no São João deste ano, pela Prefeitura do Recife. O intuito é registrar, conservar e divulgar a obra desse mestre do forró.
Serviço:
Lançamento do cd João Silva canta Mais Gonzaga

Bar Central (Santo Amaro)
A partir das 19hs.
Entrada gratuita.
A PARCERIA – João Silva foi o mais longevo e profícuo parceiro de Luiz Gonzaga. Deu-lhe a primeira música, Não foi surpresa, em 1964, composta com ninguém menos do que João do Vale, para o LP “Sanfona do Povo”.

Nos idos de 1968 Meu Araripe, outra parceria dos dois amigos, fez retumbante sucesso. Aproveitando, João convidou Gonzaga para “dar uma força” no LP de Severino Januário “Forró Danado”. Naquele registro, cantaram cinco músicas, acompanhados pelo fole de oito baixos do irmão do Rei. Neste memorável CD, ditas canções foram remasterizadas, recebendo ainda o recheio da sanfona do Maestro Genaro e versos adicionais de Mestre João. Em cada uma dessas faixas João Silva dialoga com Seu Luiz e presta honras à sanfona de oito baixos, instrumento que começou o forró e encontra-se em vias de extinção.

Por fim, para completar este magnífico apanhado fonográfico, as cinco últimas canções, também remasterizadas, são grandes sucessos dessa parceria de mais de vinte e cinco anos entre Gonzaga e João, extraídos dos últimos LPs do Rei do Baião e onde cantam juntos, incluindo, ainda, “Forró bom tá é aqui”, uma composição de Genaro e João Silva, cantada por este último no LP “30 Anos de Forró”, de 1987, com a participação especial do mesmo Gonzagão.

SOBRE JOÃO SILVA – João Leocádio da Silva nasceu em Arcoverde (Agreste de Pernambuco), no dia 16 de agosto de 1935. Ele foi um dos maiores e mais expressivos parceiros de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Da união, nasceram músicas como “Danado de bom”, “Nem se despediu de mim”, “Não deixe a tanga voar”, “Sanfoninha choradeira”, além de dezenas de outros sucessos, que ainda animam os mais autênticos shows de forró.

Aos sete anos, João Silva já tocava pandeiro e se apresentava em rádios pelo Sertão. Aos nove anos ganhou um concurso como cantor. Aos dez anos apresentou-se no programa Ademar Paiva, na Rádio Clube de Pernambuco, tocando acordeom. Aos 17, trocou Arcoverde pelo Rio de Janeiro e foi lá que, continuando a compor e fazendo apresentação pelas rádios, conheceu Luiz Gonzaga. Em 1964, Gonzaga gravou pela primeira vez uma música de João Silva: “Não foi surpresa”. Até o fim de sua vida, o Rei do Baião não parou mais de gravar João Silva. Até o fim da parceira, foram registradas 360 co-autorias entre os dois, entre gravações e regravações.

Tem mais de duas mil composições. Entre seus parceiros estão João do Vale, Onildo Almeida, Rosil Cavalcante, Severino Ramos, Bastinho Calixto, Pedro Maranguape, Zé Mocó, Pedro Cruz, Dominguinhos, Sebastião Rodrigues e outros. Entre seus principais sucessos estão "A mulher do sanfoneiro", "Pagode russo", "Meu Araripe", "Uma pra mim outra pra tu" e "Pra não morrer de tristeza", que já teve cerca de 40 gravações. Como produtor, produziu discos de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Jackson do Pandeiro, entre outros. Atuou também como arranjador. Em 2006, o coco "Como tudo começou", de sua autoria, foi gravado por Dominguinhos, no CD "Conterrâneos".

terça-feira, 28 de junho de 2011

O BOI ZEBU E AS FORMIGAS


O boi zebu e as formigas

(Patativa do Assaré)

Cenário de Patativa do Assaré
Muita gente ainda confunde poesia matuta com Literatura de Cordel. Em 2009, ano do Centenário de nascimento do poeta Patativa do Assaré, considerado o maior expoente do gênero, os admiradores do poeta precisam fazer essa distinção. Patativa, ao longo de sua vida, escreveu e publicou cerca de vinte folhetos de cordel.

Dentre os quais destacam-se: "Abílio e seu cachorro Jupi", "A morte de Arthur Pereira envenenado por sua filha Francisca Amélia", "Aladim e a lâmpada maravilhosa", "O Padre Henrique e o dragão da maldade", dentre outros, todos em linguagem correta, como é prática comum nesse gênero desde os tempos de Leandro Gomes de Barros. O grosso de sua produção, contudo, são poemas matutos, onde a linguagem procura reproduzir o modo de falar dos sertanejos de outrora, como se pode ver nesta obra a seguir:

O boi zebu e as formigas

Um boi zebu certa vez
Moiadinho de suó,
Querem saber o que ele fez
Temendo o calor do só
Entendeu de demorá
E uns minuto cuchilá
Na sombra de um juazêro
Que havia dentro da mata
E firmou as quatro pata
Em riba de um formiguêro.

Já se sabe que a formiga
Cumpre a sua obrigação,
Uma com outra não briga
Veve em perfeita união
Paciente trabaiando
Suas foia carregando
Um grande inzempro revela
Naquele seu vai e vem
E não mexe com mais ninguém
Se ninguém mexe com ela.

Por isso com a chegada
Daquele grande animá
Todas ficaro zangada,
Começou a se açanhá
E foro se reunindo
Nas pernas do boi subindo,
Constantemente a subi,
Mas tão devagá andava
Que no começo não dava
Pra de nada senti.

Mas porém como a formiga
Em todo canto se soca,
Dos casco até a barriga
Começou a frivioca
E no corpo se espaiado
O zebu foi se zangando
E os cascos no chão batia
Ma porém não miorava,
Quanto mais coice ele dava
Mais formiga aparecia.

Com essa formigaria
Tudo picando sem dó,
O lombo do boi ardia
Mais do que na luz do só
E ele zangado as patada,
Mais força incorporava,
O zebu não tava bem,
Quando ele matava cem,
Chegava mais de quinhenta.

Com a feição de guerrêra
Uma formiga animada
Gritou para as companhêra:
Vamo minhas camarada
Acaba com os capricho
Deste ignorante bicho
Com a nossa força comum
Defendendo o formiguêro
Nos somos muitos miêro
E este zebu é só um.

Tanta formiga chegou
Que a terra ali ficou cheia
Formiga de toda cô
Preta, amarela e vermêa
No boi zebu se espaiando
Cutucando e pinicando
Aqui e ali tinha um moio
E ele com grande fadiga
Pruquê já tinha formiga
Até por dentro dos óio.

Com o lombo todo ardendo
Daquele grande aperreio
zebu saiu correndo
Fungando e berrando feio
E as formiga inocente
Mostraro pra toda gente
Esta lição de morá
Contra a farta de respeito
Cada um tem seu direito
Até nas leis da natura.

As formiga a defendê
Sua casa, o formiguêro,
Botando o boi pra corrê
Da sombra do juazêro,
Mostraro nessa lição
Quanto pode a união;
Neste meu poema novo
O boi zebu qué dizê
Que é os mandão do podê,
E as formiga é o povo.
  1. Patativa do Assaré e Mastruz com Leite - O Boi Zebú e as Formigas - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=uz-Ybzs3wjE
    15/09/2012 - Vídeo enviado por ISAIAS MENEZES
    Faixa do CD "O boi zebú e as formigas" com a brilhante participação do poeta sertanejo que levou o ...

domingo, 26 de junho de 2011

FERIAS NA SERRA DO ARARIPE


ABERTURA DO BLOG


CHAMADA DO BLOG

                                        AO ADENTRAR NESTE BLOG  VÁ FUNDO, LEIA,LEIA,LEIA,PASSE E REPASSE  PARA OS OUTROS ARTIGOS,CORRIJA,COMENTE,FALE PARA OS AMIGOS, DIVULGUE,REPASSE,NÃO SE CANSE,VÁ E VIAJE NAS JANELAS DESTE BLOG, TRATA-SE APENAS  DE UM BLOG CULTURAL, APENAS CULTURAL.APENAS. UM ABRAÇO FORTE ,UM ABRAÇO NÃO QUE É MUITO POUCO:  UM ABRAÇÃO .
                                     DO AMIGO IDERVAL
                            FÉRIAS  NA SERRA DO ARARIPE
                      

                             Era  5 da tarde, o jipe azul parou defronte da casa,as crianças desceram correndo, a prima Helena já se encontrava na porta à espera de “meu padrinho e minha madrinha”,como sempre os chamava, os cachorros abanando os rabos faziam a festa e mais de 10 moradores  uns com os cabos das suas facas-peixeira à mostra na cintura e por cima das camisas observavam o desembarque,era  a chegada da família citadina em gozo de férias escolares .


                            No veículo dois adultos e uma criança no banco da frente e 05 crianças atrás com idades variando de 08 a 16 aos,quase todas filhos,aqui e acolá um vizinho quase irmão,quase filho  de consideração,era assim os vizinhos de tempos atrás,   carga completa, viagem  longa , mais de 100 quilômetros de estrada de barro e muita poeira,duas  paradas:a primeira   no posto do Exú  para abastecer o carro de gasolina na bomba a manivela manual  e encher as barrigas das crianças com pão ,doce de leite e queijo de manteiga , a outra na entrada da estrada vicinal para visita de cortesia aos parentes que aos poucos iam se achegando para desejar boas vindas aos citadinos,uns para pedir a benção ,outros  para abençoar e servir aquele belo e esperado saboroso café torrado no tacho regado a beiju de forno com o assado queijo  de coalho.


                            Trinta minutos depois chegava o caminhão Chevrolet 66 ,neste, expremidos na boléia com  seu Chico Pié alguns funcionários e os filhos mais velhos,na carroceria 05 tonéis de gasolina cada um com 200 litros ,diversas malas,bolsas e sacos cheios de redes,lençóis,tolhas e roupas de frios,alguns sacos de cereais,latas de biscoitos,sacos de pães,10 fardos de rapadura,05 sacos de açúcar ,10 sacos de  sal grosso,sabão em pedra,anil,fósforos ,sabonetes para as meninas,50 cocos secos,um saco de pequi com dois centos comprados nos pequizeiros ,três sacos de cordas,arupembas de palha e  de arame,cestas,05 fardos de paneiros para as prensas nas farianhadas,100 enxadas tupy,sendo 30 delas meias lua,50 enxadecos,50 cavadores sem cabos ,dois pés de bode,20 pacotes de grampos para arame farpados do grande do pequeno,20 facões colinos,meia dúzia de foice,12 roçadeiras bem afiadas feitas de molas de caminhão,10 ciscadores, 02 espingardas soca-soca,02 quilos de pólvoras da preta e 10quilos de chumbos de diversos calibres,10caixas de espoletas sendo 03 para espingarda de cartucho, 03 caixas de cartuchos da praça calibre 36 cada uma  com 100unidades, uns 100 quilos de café em grãos e 05 quilos torrados e pisados oriundos da cidade do Crato,10 latas de óleo  salada,muitas latas de doces de goiaba ou de banana Palmerom  ou Boa Idéia muito apreciadas pelo chefe da casa,duas ou três  latas de biscoitos sortidos e  cream craker pilar,umas 20 latas de querosene jacaré cada uma com 20 litros,40 bolas de arame farpado  do grosso e do fino,05 fardos de fumo de rolo da marca Arapiraca  do bom ,10 caixas de papeis  fino para cigarro ,cada caixa com 10 pacotes de mil folhas 4 por 8 cms que eram vendidos  aos fumantes em pacotinhos com 100 unidades,todos branquinhos separados por uma folha azul claro , muitos sacos de algodão vazios para ensacar farinha para a próxima viagem,20 rolos de cordão para costura , 20 agulhas de fardos, sem contar com caixas de cibalena,cibazol,melhoral, mercúrio cromo ,pomada terramicina ,pomada de penicilina,sonrisal ,05 quilos de pimenta do reino,02 de cominho,05 quilos de cebola roxa,erva doce , três tranças de alho do grande que ficavam penduradas em pregos nas paredes da dispensa ,  05 quilos de pedra hume para clarear a potável água barrenta,decantando as impurezas sólidas para o fundo do pote produzindo uma lama escura constituída de  girinos,insetos variados,ferro,lodos e outras matérias,05 litros de creolina,02 quilos de enxofre,10 pomadas calminex da grande para as bicheiras e os machucados dos animais,tudo isso coberto por uma grande grossa lona encerada de cor amarela que quando chovia formava uma poça d´agua sobre a carga e não caia uma única gota nas mercadorias,salvo quando um dos passageiros devido o frio mergulhava por debaixo deixando apenas o cocorote à vistas,uma verdadeira viagem.

                        Era festa para as crianças por três meses e trabalho para os adultos,apesar de não se levar brinquedos, estes faziam partes  da natureza,eram eles:o sol,o vento,a lua ,as estrelas,as nuvens,os  relâmpagos,os trovões,as chuvas,os redemoinhos,as poeiras,os sapos,os maracujás bravos,as lagartixas,os calangos,as borboletas,os imbuas, as joaninhas,os grilos soldadinhos de diversas cores para serem encangados, os verdes gafanhotos,os besouros,os burregos,os bezerros,os potros,os cachorros ,os gatos,as outras crianças que  eram muitas e os adultos que vinham ou passavam no terreiro com os seus “BONDIAS” ,os pássaros,as cobras ,muitas vezes  cascavéis até o momento em que a mãe gritava,joga esta bicha fora porque é venenosa ,os cavalos de paus feitos de cabos de vassouras ,os umbuzeiros,as canafistas e tudo quanto aparecia que pudesse alegrar uma criança,como bicicletas,animais apenas com a manta para serem montados nas brincadeiras como se fossem índios. A natureza era viva apesar dos fojos ,das arapucas e das baladeiras artesanais feitas no capricho com os seus cabos de  madeiras recobertos por ligas de borrachas pretas tudo para o abate de caças menores com balas esféricas de barros amarelo-laranja feitas e secadas à mão nas beiradas dos barreiros, as zoonoses faziam parte deste universo ,não havia distinção entres os três reinos da natureza ,nem entre os racionais e irracionais,todos eram integrantes  da divertida e empolgante vida, o importante era viver.

                                   Enquanto descarregavam a carga para o armazém colado à grande casa,ficavam os barris de gasolina para o fim, os tonéis com o combustível numa arriscada manobra eram descarregados um a um ,jogando-os e rolando-os da carroceria sobre grandes pneus sem câmaras de ar que ficavam no solo para amortecerem as quedas, o jipe era colocado na garagem com muita manobra,pois nas laterais ficavam enfileirados os ditos vasilhames de gasolina para consumo próprio e para a comercialização a granel junto a todos do arrebol num raio de  15 quilômetros.

                                A mãe ia para a cozinha preparar o jantar ajudada pela sobrinha Helena,por sinal muito bonita apesar dos maus tratos  da lida diária no campo e dona Maria Passarim esposa de Véi  Joaquim,velha dos seus 70anos ,saias rodadas e fofas sempre com mais de uma ,lenço enrolado na cabeça,peles enrugadas e maltratadas pelo escaldante sol , grandes pterígios em ambos os olhos complicados pelo tracoma mas muito disposta, as crianças corriam para olhar a quantidade de água nos dois barreiros, Antonio Passarim filho de dona Maria e os primos bem menores ,alguns eram filhos da prima Helena  sempre acompanhavam dando as coordenadas e as novidades dos quatros meses de ausência dos donos mirins da casa.


                                  Vinha o jantar: arroz ainda enfumaçando, galinha caipira cozida na hora ,muito gostosa por sinal,farofa de banha de porco com nacos de toicinhos, lascas de queijos,pão de milho e depois café de coador com tapioca e ovo estrelado, o rádio a pilha sintonizado na Sociedade da Bahia ou na Tupy de São Paulo. Terminado este manjá,era hora de retirar as redes dos sacos, cada um com a sua procurando o melhor armador,uns nos quartos de meias paredes ,outras na sala do grande pote d´agua assentado num  pé de pote vazado sempre úmido para deixá-la eternamente refrescante e saborosa sem esquecer o porta copos e canecos feito de madeira,as  ultimas redes sempre as ultimas,ninguém queria ,eram armadas na sala da frente bem defronte das frestas das janelas por onde passava de madrugada o ar frio e encanado que os finos lençóis carimbados com os nomes das usinas  de nada serviam,primeiro se procuravam as cordas ,os meninos  maiores davam os esperados nós de porcos nos punhos de cada uma, armavam-se as redes uma do lado da outra,em cada uma um pequeno lençol feito de sacos de açúcar,lavado com sabão em pedra pavão e clareado com anil, estavam prontos os leitos noturnos.  Abria-se a porta da frente, sentava-se na alta e fria calçada de cimento bem na quina,era um verdadeiro batentão de fora a fora, de onde se avistava um grande pé de umbu,a casa de Helena,a de dona Maria Passarim ,dois grandes pés de cedro ,a estrada que ia para a central e a  desembocadura do grande barreiro que de vez em quando pelo seu lado direito ,tangenciando a casa de seu Joaquim e dona Maria Passarim chegava um senhor com um surrado chapéu de palha, montado no seu jeguinho, cabresto de corda de croá,sem sela,no seco,só na puída manta de algodão, não sei porque, muitas vezes de roupas rasgadas,alpercatas velhas e que só  enxergava por um olho,dizem que um graveto furou o olho direito, era um proprietário rural e o maior criador de porcos que conheci,seus porcos chegavam a pesar 250 quilos,era o irmão do dono da Serra.

                                  Olhar para o céu era o entretenimento, a noite era curta, a lua cheia com São Jorge e o seu cavalo  encravados no  meio clareava o terreiro,  na sua ausência eram as constelações as estrelas da vez, o cruzeiro do Sul,as três Marias, a estrela Dalva e muitas outras enfeitando o escuro azul do céu,não poderia contá-las devido o risco de no outro dia as mãos amanhecerem cheias de verrugas. A lua surgia  cedo e numa carreira macia e constante cruzava o céu  sempre a nos seguir , sem contar com as grandes e andantes nuvens,algumas muito brancas, outras acinzentadas formando imagens de carneiros,bois, castelos,mapas,bolas, perfis de caras e muitos outros objetos. O vento frio açoitava lentamente,era fim de novembro e começo de Dezembro, os sapos coaxando  nos barreiros,os cachorros latindo acuados com alguns desavisados Pebas ,tatus ou  gambás,os caseiros e moradores de meia vinham trazer as ultimas novidades,as noticias,os nascimentos,os casamentos,as mortes e tudo quanto era necessário sempre regado a um bom e forte café.

                                A noite se aprofundava muito cedo,era hora de dormir,cada um na sua rede, mas antes era  obrigatório esvaziar a bexiga por trás da casa junto a um pequeno matagal  ou touceiras de bananas,lavavam-se os pés , se bebiam  um hipnotizante e doce chá de capim santo ou erva cidreira fresca colhida de um  canteiro do pé da parede da grande casa, escovavam-se os dentes e tibungavam-se  nas suas já armadas redes,a noite era curta,longas eram as conversas entres os irmãos até a hora em que se escutavam a voz da mãe através da meia parede mandando se calarem e que fossem dormir,os que dormiam na sala da frente conferiam as pesadas tramelas de madeira,tampavam as frestas das janelas com panos impedindo a passagem do frio vento da madrugada ,era assim o primeiro dia de férias ,férias estas que se prolongavam por mais de 90 dias num grande paraíso chamado Serra do Araripe         
                                 
                                   Iderval Reginaldo Tenório
                                    Salvador

sábado, 25 de junho de 2011

IDERVALTENÓRIO: O EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA

IDERVALTENÓRIO: O EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA: "Salvador 18 de Fev de 2011 SENHORES MÉDICOS,ESTUDANTES,DIRETORES,GESTORES ,SECRETÁRIOS, MÉDICOS FORMADOS NO EXTERIOR SEM REVALIDAÇÃO DE DI..."

ABERTURA DO BLOG


CHAMADA DO BLOG

                                        AO ADENTRAR NESTE BLOG  VÁ FUNDO, LEIA,LEIA,LEIA,PASSE E REPASSE  PARA OS OUTROS ARTIGOS,CORRIJA,COMENTE,FALE PARA OS AMIGOS, DIVULGUE,REPASSE,NÃO SE CANSE,VÁ E VIAJE NAS JANELAS DESTE BLOG, TRATA-SE APENAS  DE UM BLOG CULTURAL, APENAS CULTURAL.APENAS. UM ABRAÇO FORTE ,UM ABRAÇO NÃO QUE É MUITO POUCO:  UM ABRAÇÃO .
                                     DO AMIGO IDERVAL

O EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA


Salvador 18 de Fev de 2011

SENHORES MÉDICOS,ESTUDANTES,DIRETORES,GESTORES ,SECRETÁRIOS, MÉDICOS FORMADOS NO EXTERIOR SEM REVALIDAÇÃO DE DIPLOMA E POPULAÇÃO EM GERAL

ÉTICA MÉDICA
INTERAÇÃO COMERCIAL E O EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA
A prática da medicina é uma concessão outorgada a um cidadão ou cidadã após cumprir um cabedal de escolaridade na graduação e muitos complementam com Residência Médica e ou doutorado.
O exercício da Medicina é concedido ao Profissional que colou grau numa Escola Médica Nacional reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha este Diploma o seu registro no Conselho Regional de Medicina do Estado que atua,para laborar noutro Estado dentro do Território Nacional por até três meses é obrigatório uma solicitação e aprovação do Conselho que o recebe,caso ultrapasse este período é peremptoriamente necessário uma Inscrição Secundária .

Se colou grau em Escolas do Exterior é obrigatório a revalidação do Diploma numa Universidade Pública . Sem essa chancela, é EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA,esta irregularidade configura infração às leis do país,será apurada pelo Ministério Público, é o que reza a Constituição Federal.
 Vejam os artigos  2 e 10 do  novo Código de  Ética Médica
Art. 2º Delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da profissão médica
Art. 10. Acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Medicina ou com profissionais ou instituições médicas nas quais se pratiquem atos ilícitos
Estão elencados nestes parágrafos e artigos :
1)O Estudante que exerce a medicina sem orientação de preceptores, principalmente substituindo médicos.
2) Profissionais oriundos de Escolas não reconhecidas pelo MEC e de Escolas Estrangeiras sem a revalidação dos seus diplomas.
3)Médico sem registro provisório ou Inscrição Secundária que atua fora de sua jurisprudência
4)E aqueles que contratam,apóiam e requisitam estes profissionais sem observar a legalidade dos contratados.

Além dos conhecimentos científicos o Médico tem na Ética a sua norteadora.

A Ética acompanha o médico no seu nascedouro, do berço do seu lar até o ultimo dia de sua vida, isto é, mesmo antes de ser alfabetizado no seio familiar o futuro médico traz a semente da Ética plantada na sua consciência.Mesmo assim em 1957 com a Lei Federal 3.268 de 30 de setembro assinada pelo Presidente da República Juscelino Kubitschek, que era médico, foram criados os Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Medicina que são órgãos fiscalizadores como também o Código de Ética Médica para o bom desempenho Ético profissional.

Para um bom atendimento à população o médico tem que obedecer aos princípios dos Direitos Humanos e o Código de Ética Médica, podendo até ser cassado o seu direito de exercer a profissão se comprovado for a sua participação em qualquer ato que desabone a sua conduta.

Do Código de Ética Médica dois importantes artigos são aqui destacados, falam da remuneração do Médico.
ARTIGOS 68 E 69
Art. 68. Exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, indústria farmacêutica, óptica ou qualquer organização destinada à fabricação, manipulação, promoção ou comercialização de produtos de prescrição médica, qualquer que seja sua natureza.
Art. 69. Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional


Não cabe ao médico e constitui infração ao Código de Ética Médica atender pacientes nas dependências de Estabelecimentos Comerciais como Óticas, Farmácias, Laboratórios e Casas que comercializem materiais médicos, como também obter vantagens pela comercialização de qualquer produto que tenha influencia direta com a sua profissão(óculos, próteses, órteses e medicamentos )ou perceber percentagens de Serviços de Diagnósticos.

O Médico desde os princípios da humanidade tem sido um elo importante na formação ética da população e é o único profissional que tem acesso a todas as informações de um cidadão, até mesmo informações de suas entranhas jamais reveladas aos seus mais íntimos .

Então cabe ao Médico zelar por esta digna, importante e ética profissão.

Ao infringir o código de Ética Médica o profissional macula a Medicina ,presta um desserviço à população e ao chegar ao conhecimento do Conselho Regional será aberto uma Sindicância podendo gerar um Processo Ético Profissional. Não sendo o infrator médico regularizado,configura-se exercício ilegal da Medicina, o caso será encaminhado ao Ministério Publico para as providências cabíveis.

A Medicina é SUBLIME, pratique com Humildade, Dignidade, Compaixão e Ética.Seja Humano.Seja Médico. Na essência da palavra,seja Ético.
Iderval Reginaldo Tenório
MÉDICO-CRM 7038


sexta-feira, 24 de junho de 2011

CRIME NA SERRA DO ARARIPE

LEIAM ESTE TEXTO E FIQUEM SABENDO DE UM DOS FATOS MAIS BADALADOS NAQUELA SERRA EM 1930, ESTA HISTÓRIA FOICONTADA PORDONA TONHA MINHA MAE E HOJE REPASSO PARA OS MEUS LEITORES, VEJAM OS DETALHES DAS DATAS  E OS FATOS EM SI.  Iderval Reinaldo Tenório.

                             CRIME NA SERRA DO ARARIPE

                 Era noite do dia 23 de junho de 1928, o  estrategista desconhecido chegou sorrateiramente e sem nenhuma dúvida ou remorso metralhou toda uma família de dezoitos componentes, do mais velho ao mais novo dos Pereiras e alguns serviçais, vasculhou todos os aposentos,conferiu cada um dos corpos,montou no seu alazão,arrumou a  sua geringonça noutro animal e sumiu  estrada afora. No nascer do sol os caseiros da fazenda que moravam nos recantos mais distantes da sede jamais imaginariam que aqueles estrondos de bombas de artifícios juninos fossem balas da mais afamada metralhadora nordestina apelidada de  costureira dizimando toda a família patronal, o autor não deixou pistas, não deixou um único rastro da autoria do  crime , em nada mexeu, a mesa continuo posta,cadeiras caídas no chão,sangue salpicados nas paredes, alguns corpos debruçados sobre a mesa, animais domésticos circulando pelo ambiente à procura de restos, panelas no fogão de lenha,algumas com os alimentos esturricados, todos os potes e barricas aos cacos,água ensopando os corpos e estes com vários orifícios transpassando os tórax na altura dos peitos,todos,todos sem vida.

                                             O AMANHÃ

                 Na Serra do Araripe não ficou um só cristão que não tomasse conhecimento da fatídica tragédia,quem era aquele forasteiro,porque aniquilou toda uma família que até aqueles dias se mostrava pacata,trabalhadora e honesta, não se conheciam inimigos num raio de 50 quilômetros, os Pereiras eram respeitados naquela redondeza, era 1928 ,Lampião e o seu bando já se encontravam pelos lados da Bahia, naquele arrebol já reinava a paz, muitos núcleos familiares se expandiam com os casamentos consangüíneos  morando em casas eqüidistantes desde quando uma avistasse a entrada ,a lateral e  a saída da outra,era uma maneira de um proteger o outro. A dúvida tomou conta da pequena população, quem foi o forasteiro que cometeu tão sanguinário crime.  Os familiares distantes apareceram, os corpos foram contados, muitos não possuíam documentos,os serviçais só tinham apelidos, todos foram sepultados em covas rasas enfileiradas nos aceiros da velha estrada e fincado uma cruz na cabeceira de cada monte de terra, primeiro o chefe e depois os outros por ordem de importância. A polícia foi informada, compareceu timidamente e pelo pequeno contingente três soldados, dois cabos,um sargento ,pouca munição e seis mulas esquálidas foi a primeira a fugir com receio de ser atacada de surpresa pelo o assassino ou os assassinos dos Pereiras, nunca mais apareceu ou tomou conhecimento dos fatos a partir daquela data. A sede da Fazenda ficou abandonada por pouco tempo, os moradores mais antigos aos poucos foram se acostumando com o acontecido, os parentes mais distantes voltaram para os seus distritos, ficando apenas as indagações sobre o horrendo crime, quem teria motivos para tal desventura, roubo não foi, só poderia ter sido vingança, a melhor maneira de cobrar dos desafetos os males cometidos em datas anteriores, só poderia ser vingança. Não haveria outra explicação,só poderia ser vingança.

                                        O PASSADO


                  Conta o velho Malaquias do altos dos seus 90 anos que tempos atrás, lá pelos meados de 1871 quando um jovem padre de 27 anos de idade assumiu a capela do povoado Tabuleiro Grande no Sul do Ceará,hoje Juazeiro do Norte, duas famílias de Alagoanos foram morar nesta região para ajudar este jovem missionário. Com as duas famílias completas o jovem Padre aconselhou aos amiguinhos que fossem morar na Serra do Araripe plantar feijão de pau, conhecido como o serial   ANDÚ  muito apreciado naquele mundo. As famílias se deslocaram e começaram a habitar a mesma gleba de terra por manterem parentesco e viviam em paz até o dia que o governo de Pernambuco resolveu legalizar a posse e criar uma escritura, houve desentendimento entre os líderes de cada família e numa noite escura do dia 23 de junho de 1897 ano em nasceu Virgulino Ferereira  Lampião uma das famílias aniquilou  todos os componentes adultos da outra  família,todavia, cometeu um grande pecado, não vistoriou todos os aposentos da pequena casa e lá deixou vivo um criança de 09 meses que engatinhava por debaixo da cama do  infeliz casal aniquilado . A criança sem pais ,sem parentes foi assumida por tropeiros que cruzavam a velha serra Pernambucana com destino à mais nova vila  Nordestina no sul do Ceará, a famosa vila do Juazeiro que crescia com muitos fanáticos religiosos ,devido o milagre da Beata Maria de Araújo em 1889, quando na comunhão a hóstia saída das mãos do Padre Cícero se transformava em sangue e derramava-se  pelos cantos da boca da jovem  negra  e beata de 28 anos de idade. A criança foi criada no mais diferente mundo que deveria ser criado, não tinha paradeiros,não tinha endereço fixo e à proporção que crescia tomava conhecimento da grande chacina que aniquilou uma determinada família no topo da Serra do Araripe no idos de 1897, a criança cresceu, virou homem . Naquela redondeza  não se conhecia o seu destino. A família que cometera a esquecida e distante chacina  se encontrava bem instalada e próspera no cume daquela abençoada Serra , o cangaço que reinava na região estava em baixa devido acordos feitos pelos governadores da época,dando total poderes à polícia a entrar no território do outro à caça de qualquer desordeiro. Grassava no arrebol  o sentimento de congraçamento e descontração  devido o grande número de parentes casados entre si, existia calmaria.


                                          A VINGANÇA

                O Jovem morava num pequeno sítio distrito da  então e próspera cidade de  Juazeiro do Norte e conhecia muito bem a Chapada do Araripe ,grande e importante serra, divisa do Ceará com Pernambuco,grande celeiro fóssil das Americas ,hoje fazendo parte do Geopark  do Araripe.O jovem procurou se familiarizar com os moradores do distrito e aos poucos foi mapeando o fatídico acontecimento de 1897 e localizando os familiares que junto com os seus pais se mudaram  para a velha serra a pedido do jovem padre em 1871, ficou claro e ciente de cada componente,colheu  a história da época e como mercante compareceu à sede da fazenda e conheceu cada membro. Voltou aos seus afazeres  de almocreve e numa noite de são João quando os fogos de artifícios pipocavam  nos ares da silenciosa serra, o jovem estrategista na sorrelfa executou o seu vingativo e mirabolante plano,eliminando de uma só vez todos os descendentes dos criminosos da noite de São João do século passado ,tomando o cuidado de vistoriar exaustivamente todos os aposentos,todos os  ambiente e arredores  para não cometer os mesmos erros dos autores da chacina de 1897, com esta atitude fechou o ciclo do grande ditado do povo nordestino: quem comete um mal um dia será vingado pela vitima,pelo filho da vítima,pelo neto ou bisneto da vítima, um dia o crime será vingado. E foi assim que se desenrolou a grande chacina de 1897.

            Iderval Reginaldo Tenório    
            Salvador,12 de Janeiro de 2008
                

quarta-feira, 22 de junho de 2011

IDERVALTENÓRIO: A MORTE DE NANÃ- PATATIVA DO ASSARÉ.

IDERVALTENÓRIO: A MORTE DE NANÃ- PATATIVA DO ASSARÉ.: "COLOCO NESTE BLOG A OBRA DO IMORTAL PATATIVA DO ASSARÉ, POETA CEARENSE . PATATIVA Queridos amigos, dando continuidade ao meu pequeno f..."

NOVO SISTEMA PENITENCIA´RIO

               

                                       








 




                



                  SISTEMA PENITENCIARIO

             NOVO SISTEMA PENITENCIÁRIO

              Há muito tempo que os contribuintes sustentam os que estão presos cumprindo pena por delitos cometidos contra estes mesmos contribuintes, isto quer dizer que o indivíduo comete um crime contra um determinado   cidadão  e é este mesmo cidadão quando não morre quem paga as suas despesas, a sua estada, a sua alimentação, os seus advogados e ainda indeniza a sua família com um salário superior ao mínimo para que não fique desamparada(Salário  Reclusão).

             Muitas pessoas e até mesmo autoridades baseados nos conhecimentos religiosos e nos direitos humanos enxergam  como solução o emprego dos detentos fora dos presídios ou a abertura de industrias nas penitenciárias com o intuito de ocupar a  ociosidade, com estas medidas os detentos teriam trabalhos e poderiam diminuir as suas penas além do salário que é de direito como trabalhador. De imediato qualquer cidadão que não concorde com estas medidas seria chamado de louco ou até mesmo de imbecil para não taxá-lo de desumano, pois o argumento é que estas medidas seriam uma das maneiras de recuperá-los.

            Fazendo uma reflexão minuciosa do quadro, estas medidas tidas como importante o que poderiam gerar?o que de bom trariam e o que de ruim poderia acontecer?

                                             Ao assunto:

           1-Ao priorizar os detentos nas vagas das indústrias,do comércio e dos serviços inclusive dando incentivos aos empregadores, onde iriam trabalhar os contribuintes ,os  desempregados e os cidadãos que não cometeram crime contra a sociedade?  Se os empregos seriam gerados dentro dos presídios e exclusivamente para os presos?

           2- Ao abrir indústrias dentro dos presídios para o emprego dos detentos não seria um prêmio a quem cometeu delitos em desfavor dos que não cometeram  e se encontram honestamente à procura de uma ocupação, estas vagas que deveriam surgir para os que precisam e estão fora do sistema presidiário não seriam um incentivo ao delito? uma vez que lá dentro seria mais fácil uma ocupação?

         3-Não seria uma afronta à sociedade a geração de múltiplos empregos dentro dos presídios quando fora existe um batalhão de desempregados precisando destes mesmos empregos?

           Farei alguns comentários, darei algumas sugestões e acredito que trariam bons resultados.

           Existem varias atividades que ocupariam os detentos sem prejudicar a sociedade, sem trazer prejuízo e gerando riqueza para a nação. Das principais atividades e de suma importância lembro duas de magnífica necessidade: a produção de energia elétrica e a captação da água. Estas atividades seriam desempenhadas pelos detentos utilizando a força dos seus músculos em diversos equipamentos manuais em vez de serem gastas em atividades supérfluas como práticas esportivas , nas academias ou acumuladas  na forma de gorduras.

            Os presídios seriam verdadeiras usinas para a produção de energia elétrica e grandes bombas para a retirada de água do subsolo. Caberia ao Governo tornar públicas estas medidas para o bem da nação, como também tornar público para a população e principalmente ao jovem como é a vida dentro de um presídio, mostrando que é mais vantajoso o estudo,  mais proveitoso ser honesto, como  mais valioso a conquista com o seu suor do que a vida fácil ,valorizando a cidadania e desmotivando a delinqüência ,  com esta atitude poderia se criar um sistema penitenciário mais humano e mais justo para todos.

                                   Veja o que proponho:

           1-Que todos os cidadãos tomem conhecimento através de cartilhas,jornais e mídia em geral como é valiosa a vida em liberdade e como é triste a vida dentro de um presídio,para quando se um dia forem presos não tomarem como novidades os tratamentos recebidos e as suas tarefas como detentos .
            Antes do indivíduo ser preso ,que seja lembrado ao mesmo  e à sua família como funciona uma penitenciária,quais serão os seus afazeres,  os seus direitos e as suas obrigações.

           2-Os aposentos serão os mais simples possíveis desde quando não provoquem rebeldias entre os detentos,iguais aos aposentos  da maioria esmagadora dos trabalhadores que vivem na honestidade.

           3-A alimentação apenas o básico, puramente para alimentar, sem variedades,sem mudanças de cardápios,não se oferecendo sobremesas ou quaisquer outros agrados

           4-Visitas íntimas anualmente, não privando de visitas familiares mensais.

           5-Assistência Médica e Odontológica o básico, a mesma  que a sociedade recebe, nada de tratamento médico-odontológico sofisticados ou privilégios, seria feito uma proporcionalidade nos mesmos padrões que recebem os cidadãos que trabalham honestamente. Atenção maior para as pragas do século: AIDS e as doenças infecto-contagiosas.

           6-As custas seriam pagas pelos familiares dos detentos de acordo com o padrão de cada um e complementado pelos serviços prestados dentro das penitenciárias.
          
          7-Terminantemente proibido qualquer meio de comunicação com o exterior da casa,seria criado um serviço de auto-falante interno que funcionaria durante 24 horas por dia com músicas,cultos religiosos de todas as correntes e ensinamentos de boas maneiras,tal qual as grande fábricas do mundo que não param.

          8-Proibida qualquer prática de esporte, pois seria um privilégio e um desperdício de energia muscular, uma vez que esta energia deveria puramente ser utilizada no trabalho braçal nas suas ocupações deliberada pela direção,que alem das oito horas normais seriam acrescentadas mais  quatro como medida para recuperação do indivíduo,não se configurando castigo,pois quase todos os profissionais livres trabalham mais do que isso.

         9-Não se faz necessárias surras e nem castigos desumanos como também não é cabível nenhuma mordomia, basta que sejam tratados como seres humanos,basta que o trabalho exaustivo,o custeio de suas despesas e a perda da liberdade sejam os principais castigos.

                                            Ocupação:

            A)Toda a energia elétrica utilizada no presídio seria produzida pelos detentos através de grandes geradores movido a  força humana, como era gerado tempos atrás, cada bloco ou grupo  cuidaria deste setor movimentando moinhos conectados a múltiplos geradores, o excedente seria jogado na rede, com esta medida seriam ocupados milhares de homens produzindo a tão sonhada e necessária energia para a nação.

           B)A água consumida seria produzida por diversas bombas manuais movidas pelos detentos tal qual era 30 anos atrás e ainda é em diversas localidades desta nação, o excedente que seria muito, seria jogado na rede para o consumo das cidades.

           C)Cada presidiário receberia um determinado valor ,que seria proporcional à sua carga de trabalho  depois de retirados os custos dos equipamentos, do imóvel e das suas despesas tal qual os contribuintes fora dos presídios.

            D)Dentre os presidiários existem aqueles que não são periculosos, estes trabalhariam no ensino, na catequese e nas diversas atividades que dominam. Seriam criadas escolas de todos os  tipos como também o incentivo às artes(poesia, música,teatro,leituras, treinamento na escrita e na produção literária ) todas as atividades encabeçadas por detentos de melhor padrão educacional.

           E) Os detentos de alta periculosidade seja intelectual ou por desumanidade seriam tratados com mais severidade e com rigoroso isolamento social, sendo as custas destes presidiários de sua total responsabilidade e dos seus familiares linearmente, um custodiaria o outro sem nenhum centavo do erário público.

          Ao ser transportado um presidiário de alta periculosidade de um presídio para outro seria comunicado ao departamento de direitos humanos que acompanharia este transporte, seria sem informação à mídia, não seria destacado diversos veículos fazendo alarde, seria uma transferência silenciosa e só algumas autoridades saberiam para onde o mesmo foi transferido.

          Todo o exposto neste artigo teria que ser amplamente debatido com a sociedade e divulgada nos veículos de comunicação da nação a preço de custo para que os jovens, os pais, os professores, as autoridades de uma maneira em geral ficassem cientes do que vai passar aquele que cometer um delito contra a sociedade.   O dinheiro empregado na construção de penitenciarias seria aplicado em escolas básicas, escolas técnicas e no preparo de professores para ocupar as milhares de vagas tão sonhadas pela sociedade, dando condições para que o cidadão que atinge a idade adulta encontre um mercado de trabalho que absorva a  mão de obra que domina, com estas medidas  seriam cortadas os bolsões que alimentam o caminho da marginalidade em todos os níveis da sociedade . Outro fato de relevante  importância seria a liberação de   todos os cidadãos que  ocupam parte do seu tempo  na luta incessante pelos direitos humanos para se ocuparem agora com os descamisados, com os desdentados, com os desapadrinhados que apesar da extrema honestidade vivem  pendurados nos morros, nos lixões , nas sarjetas e nos becos deste mundão afora . Que a Sociedade seja mais justa com os justos.

                               Salvador, 20 de Março de 2001
                             

                    Iderval Reginaldo Tenório
IDERVAL TENÓRIO/DRA VIRGINIA TENORIO